sábado, 27 de setembro de 2008

1+1=0

Está frio, o chá veio como bom companheiro, mas já acabou. Nesse intervalo, entre o fim do chá e o começo desse texto, me peguei pensando quem por que as coisas continuam a ser sempre do mesmo jeito e achei um culpado, os objetivos.

Acho horrível separar as intenções e desejos das pessoas em homens e mulheres. Em toda discussão de mesa de bar, quando alguém fala que “mulheres são complicadas” eu levanto o meu copo e defendo que pessoas são complicadas. Independentemente do gênero.

Mas, agora, um minutinho que eu vou aqui defender a teoria que acabei de formular. Não sobre homens e mulheres, mas sobre mim e “eles”.

Sexo, pra mim, é o começo de um relacionamento. É uma ótima forma de conhecer uma pessoa, não só porque é prazeroso, mas porque, eu acredito, é quando estamos mais entregues. Eu não enxergo sexo como prêmio, nem sigo o raciocínio de muitas mulheres de que “só dou depois de...”. Boooooring, transo quando tenho vontade. E, talvez aí, resida o meu principal problema. Parece que enquanto pra mim, sexo é o começo, para muitos homens parece ser o fim. Conseguiu, acabou. Morreu fofão.

Acho isso muito estranho, e até perverso. Se você transou com alguém que não te interessa, porque transou então? Deve ter sido uma merda, não? Se eu não gosto de separar as pessoas nem por gênero, quanto mais na categoria “como / não como”.
Tem alguma coisa errada aí nessa matemática. Só números não interessam.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Ressaca

Acontece mais ou menos assim. Você bebe demais. No outro dia, acorda com uma terrível dor de cabeça e a primeira coisa que diz depois de "ai minha cabeça" é "nunca mais vou beber de novo". Comigo acontece quase sempre com vodka.

Normal. A convicção quando estamos de estômago enjoado atinge níveis bem altos. Já fiz pactos com outras pessoas para nunca mais beber vodka. Claro que não deu certo. Depois de alguns litros de água, a normalidade volta ao seu corpo e aí que entra a verdadeira amnésia alcoólica. A menos que você tenha quase morrido de verdade, ao ver o próximo copo pensa: dessa vez vai ser diferente. Eu aprendi a beber. Eu sei quando parar.
E lá vamos nós de novo para mais um dia seguinte de promessas que não serão cumpridas.

Comigo, o mesmo acontece com relacionamentos. Depois da primeira decepção lá vem a promessa: nunca mais vou me jogar de novo. Mentira. Na primeira oportunidade, talvez também com um copo de vodka na mão, lá vamos nós de novo. Mais uma ressaca amorosa.
Os males são parecidos com a alcoólica. Dor em alguma parte específica do corpo, geralmente cotovelo ou coração. Arrependimento e a certeza de que, na próxima vez tudo vai ser diferente.

Anham.

A única coisa que é diferente entre as duas ressacas é, talvez, a possibilidade de procurar ajuda. Podia ter um engov, um analgésico que tirasse logo o mal estar ou que prevenisse os maiores danos. Não, aí entra outra filosofia de boteco: pra curar uma ressaca, beba mais. As vezes dá certo. As vezes só joga a dor de cabeça mais pra frente.

Estou na fase do "nunca mais vou beber ninguém de novo". Sem vodka barata, só espumante importado. Depois do fim de semana volto aqui e conto se deu certo. Ou não.