quinta-feira, 31 de maio de 2007

"O cansaço do dia" ou "Como eu quero o meu edredon me envolvendo agora"

Tem um momento do dia em que as costas doem, os ombros ficam tensos.

Tem um momento do dia em que os olhos pesam, o coração acelera.

Tem um momento do dia em que a mão seca e a garganta também.

Tem um momento da vida em que tudo parece angústía, medo.


Daqueles em que o melhor ainda estar por vir.

Como esperar para cantar os parabéns.

Aguardar o momento certo para apagar a velinha . Receber votos de felicidade eterna.

A hora certa de rasgar o belo embrulho e encarar o presente.

Depois, todos comem, bebem, dançam e vão embora.

A sujeira fica.


Dia após dia.


Tem um momento do dia em que a vida passa.

Tem um momento do dia em que o barulho do ar condicionado irrita. O barulho da porta irrita. A máquina de café irrita.

Tem momentos na vida. A vida toda, quem sabe.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Distraindo a vida

Eu fumo para distrair a vida.


Disse-me um senhor um pouco perturbado mentalmente em uma manhã preguiçosa. Dessas em que tudo o que você quer é que seu ônibus chegue logo para poder fugir dos desconhecidos que insistem em fazer novos amigos a cada oportunidade.


Distraindo a vida estava ele. E lá fui eu martelando isto na minha cabeça avoada. Catando caquinhos de frases de efeitos dos outros para tentar encontrar assim, jogado na rua, algum sentido ou iluminação que possa, quiçá, render um belo post ou apenas um sorriso no canto da boca.


Mas faz algum sentido.


O sujeito fumava um cigarro atrás do outro. E a vida claramente ia se preocupar com isso. Fazer brotar ali um câncer ou, no mínimo, um pigarro constante na garganta. Enquanto isto, o nosso herói ocupava minha cabeça com frases sem sentido e afirmações existencialistas de ordem duvidosa.


Ok, você venceu. Eu peguei a isca, e continuo a pescar detalhes na vida alheia que possam clarear um pouco estas manhãs preguiçosas que sempre surgem, uma após a outra.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Boas-vindas

Começamos um blog. Mais um em meio a tantos endereços, templates, fotos e referências. Nosso A little bit Charlotte nasce da vontade de escrever sobre um hiato que nem sabemos como nomear. Lost in translation, incomunicabilidade, sucessão de rostos e amores desajeitados. Duas amigas que, depois de muitas sessões do descarrego, resolveram encarar a liquidez da vida moderna. Poemas nas paredes, copos de vinho, uma gata que se esconde atrás do fogão e algum bom humor para narrar os encontros e desencontros cotidianos. Muito prazer, essas somos nós.

Charlotte

I'm stuck. Does it get easier.