segunda-feira, 26 de setembro de 2011

como matar o amor

ou aquelas dores que podem ser postadas no facebook

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Re: Cidades Invisíveis

Querida Tangerine,

Que delícia de correspondência. Ainda ontem li nas redes sociais uma frase que atribuiam ao Oscar Wilde que era mais ou menos assim: "Não importa o quão distante estejamos um do outro, sempre haverá um céu nos unindo”. Não acredito que o Wilde tenha mesmo escrito isso, mas bom, era isso que sua carta me transmitiu. Minha amiga, comadre, florzinha, minha irmã. Uma ligação etérea de almas que vão perambulando por aí mas sempre se encontram. Ah, se encontram sim.
Muitos cigarros, capuccinos e janelas não me fazem ver as coisas tão ordeiras assim. Parece que por trás de um bom enredo tem muito remendo e improvisação. Sabe, entrei nessas de querer ser mais profunda e estou estudando a contemporaneidade. E sabe o que encontrei? Que nesses tempos sem certezas parece que o acaso é ainda a melhor aposta. Tenho que aprender a ser leve assim, Tangerine. Como fazer para não tropeçar nos fios dos próprios planos? Ou não deixar que o futuro se instale bem na frente do presente? Já tem contei que os meus ídolos atuais tem todos mais de 70 anos? Sim, Roberto Carlos inclusive. Acho que tem algo maravilhoso que vem com a idade. E de repente, tenho vontade de já ser velha e ver o fim na próxima esquina para, quem sabe, saber o que se passou.
Como está o céu por aí?

Amor, Amor,

Celine

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

as cidades invisíveis

Querida Celine,

Passei muito tempo sem escrever pra você, embora a cada paisagem eu tenha esboçado algumas linhas ao vento, com coisas que eu queria te dizer. Fomos pra longe, minha amiga, mas há uma ponte imaginária que nos liga do coração ao abraço, e vai sempre ligar. Queria te dizer que as coisas por aqui continuam turvas e contar milhares de histórias de corações partidos, mas não sei mentir tão bem assim pra mim mesma. Há muito de turvo que se dissipou para nós duas. Mas seremos sempre um pouquinho turvas. Você sabe disso, não sabe? Por mais que as coisas estejam ordeiras, estamos sempre dançando num lago de gelo prestes a rachar.

Me fale de você, tenho saudade de saber. Quantos cigarros na janela, quantos afagos de cappuccino em manhãs de frio, quantas paredes coloridas? Há tanto de você nessas coisas, e todas elas são cartas de nós duas.

Espero um sinal de fumaça. Ou uma nota de caixinha de música. Ou uma lomo revelada debaixo da minha porta.


Amor,

Tangerine