terça-feira, 13 de novembro de 2007

Senta que lá vem história

Descobri hoje um site muito interessante para os momentos de ócio criativo. O The New Shelton Wet/Dry tem milhares de categorias sobre variados assuntos. Na parte de “Ideas” encontro uma reflexão sobre a evolução da genitália das fêmeas.

Resumidamente, o artigo fala que com a mudança de quadrúpede para bípedes, a genitália das fêmeas não ficou mais aparente.

Escondidinha entre as pernas e camuflada com os pêlos pubianos e lábios, a vagina não é acessível como a genitália das cachorras por exemplo (olha aí a origem do apelido). Assim, para que a relação sexual aconteça, a mulher deve aceitar, querer, desejar e consentir. Isto daria origem a um outro aspecto biológico nada lógico das mulheres. O fato de a mulherzinha ter que pensar se dá ou não dá a sua perseguida acaba por gerar uma relação afetiva e emocional com o ato de trepar.

Daí, todas as agruras sentimentais que nós, mais cedo ou mais tarde (ou sempre), passamos e a relação conflituosa que muitas vezes é o sexo casual. Ah, outra questão importante é que com a vagina pouco acessível, até os ferormônios que aguçam o desejo sexual dos machos fica disfarçado. Vai ver que vem daí a necessidade de criar um perfume com cheiro de xereca, como foi noticiado há pouco tempo.

Em contrapartida, os homens tão que tão. Com a tal mudança de quadrúpede para bípede, a sua genitália ficou ainda mais aparente e... maior! Não é preciso fazer muito esforço para saber quando um homem está a fim. E para isto, não existe muita teoria não. É pá-pum, pimba na gorduxinha e tudo mais.

Interessante, mas ainda não sei se prefiro a explicação da ciência ou a metáfora do Adão e da Eva, da maçã e da serpente e tudo mais. Parecia ser mais simples. Mas acaba que nunca é.

Queria emendar o papo com um relato sobre O Passado do Hector Babenco, mas deixarei para outra ocasião. Pornô-cult não combina muito com ciência.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Adornos para noites de chuva

E a gente fica assim, no meio de recortes de papel, cola e tesoura.

Rediagramando o que já faz e fez sentido.

Porque a minha caligrafia de menino canhoto não condiz com a beleza que nem todos vêem.

Mais fácil é julgar vulgar.

É dizer impuro.

É fechar os olhos.

Mas ainda ontem li que com os olhos fechados é que se tem mais liberdade. E, ainda com os olhos abertos, ficam assim presos na parede os versos dela. Estão presos e livres.

Dela que tem tanto de mim.

E teria ainda mais se já não fosse morta. Assim:

"E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.


Mas não menti gozo, prazer, lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro.


E te repito: por que haverias
De querer
minha alma na tua cama?


Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me".

(Hilda Hilst)