quarta-feira, 17 de outubro de 2007

o velho flerte nos tempos de msn

Aí você está lá, com o status "ocupado" bem visível, e uma janelinha chata começa a piscar. Você olha, pra ver se é algum amigo daqueles que têm liberdade de mandar uma mensagem quando você diz estar ocupada. Uma breve análise do nick da pessoa te faz constatar: não, não é um amigo. É o sujeito que você conheceu na balada há uma semana e, por alguma circunstância, te adicionou no msn. Pronto. Diagnóstico feito, lá vai você abrir a tal mensagem pra descobrir de quem se trata, porque a criatura nem pra facilitar a sua vida e colocar um nick prontamente identificável. Mal você abre a janelinha e um monte de desenhos começam a piscar. Passam dois minutos até que você consiga decifrar que "e aih -estrelas piscando - menina loira de vestido rosa dançando pra lá e pra cá - comu c tahhhhh - interrogações pulando - tuduh - boneco palitinho andando sem sair do lugar - mais interrogações enlouquecidas" é uma forma de perguntar "e aí, gata/princesa/menina/ninfeta/seja lá que porra a bonequinha queira dizer, como você está? tudo indo?".

Só isso já mereceria uma bloqueada na hora. E o pior: às vezes, esse tipo de cara é até interessante à primeira vista. Você até pensa que, de repente, valeria a pena tomar uma cerveja para sacar mais da criatura. Mas uma simples mensagem ridícula no msn pode minar todas as chances. Cruel assim. Na maioria das vezes, quando você não responde na hora, o pretê-sem-noção manda umas dez mensagens igualmente piscantes em seguida, o que te deixa quase sem fôlego e paciência pra decifrar mais coisa. Perguntas como: "ei, vc taaah aiih?" ou "kd vc???????????" ou "num ker falar cumigo??? tô cum saudadis!!!", tudo devidamente salpicado de emoticons bregas, até terminar com o fatídico "ki foi, lindaaaa? tá ocupada??". Nesse momento, só resta respirar fundo e pensar bem antes de mandar uma resposta atravessada, perguntando se o cara não sabe ler o que está escrito no seu status ou se ele costuma ter saudades de quem viu uma vez na vida e não tem a menor intimidade.

Nesses casos extremos, aconselho a bloquear, sem dó nem piedade. Se você encontrar na balada depois, diga, com cara de quem está profundamente sentida: "puxa, meu bem, eu não estou entrando do msn...ando muito ocupada...". Afinal, quem ama bloqueia.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Amor nos tempos de orkut

A necessidade mexeriqueira das pessoas é secular, milenar, transcendental, hah. Estavam lá Adão e Eva no paraíso e veio a serpente meter o bedelho (no sentido quase literal da coisa). O tempo passou, dinossauro, gelinho, calor, homem e mulher, lá de novo, aquela coisa toda. Vieram as casas, as janelas, as mulheres debruçadas na janela vendo a vida passar. Inclusive a vida das outras pessoas.

Ta, todo esse relato histórico super preciso só para falar do orkut. Parece meio datado, já que o Twitter agora que é a sensação da galera online. Mas, sério, orkut estava de leve acabando com a minha vida de novo. A ponto de querer chegar mais cedo no trampo pra poder ficar uns 10 minutinhos vendo quem entrou no perfil de quem, se fulaninho tem scrap de alguma rapariga. O que será que ele está ouvindo no lastFM? Freak demais. Calma. Respira.

Agora vem a parte de “E o que aprendemos hoje, amiguinhos?”. Assim, por mais hype, geek e freak que seja a pessoa, ainda necessitamos de respostas. Do sentimento de fazer parte. Dormir de conchinha com a mão acariciando os cabelos. A internet dá isso? Não. São só informações soltar no ar, perdidas no éter.

Sabe fumaça? Tenta pegar.