segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Ressaca

Acontece mais ou menos assim. Você bebe demais. No outro dia, acorda com uma terrível dor de cabeça e a primeira coisa que diz depois de "ai minha cabeça" é "nunca mais vou beber de novo". Comigo acontece quase sempre com vodka.

Normal. A convicção quando estamos de estômago enjoado atinge níveis bem altos. Já fiz pactos com outras pessoas para nunca mais beber vodka. Claro que não deu certo. Depois de alguns litros de água, a normalidade volta ao seu corpo e aí que entra a verdadeira amnésia alcoólica. A menos que você tenha quase morrido de verdade, ao ver o próximo copo pensa: dessa vez vai ser diferente. Eu aprendi a beber. Eu sei quando parar.
E lá vamos nós de novo para mais um dia seguinte de promessas que não serão cumpridas.

Comigo, o mesmo acontece com relacionamentos. Depois da primeira decepção lá vem a promessa: nunca mais vou me jogar de novo. Mentira. Na primeira oportunidade, talvez também com um copo de vodka na mão, lá vamos nós de novo. Mais uma ressaca amorosa.
Os males são parecidos com a alcoólica. Dor em alguma parte específica do corpo, geralmente cotovelo ou coração. Arrependimento e a certeza de que, na próxima vez tudo vai ser diferente.

Anham.

A única coisa que é diferente entre as duas ressacas é, talvez, a possibilidade de procurar ajuda. Podia ter um engov, um analgésico que tirasse logo o mal estar ou que prevenisse os maiores danos. Não, aí entra outra filosofia de boteco: pra curar uma ressaca, beba mais. As vezes dá certo. As vezes só joga a dor de cabeça mais pra frente.

Estou na fase do "nunca mais vou beber ninguém de novo". Sem vodka barata, só espumante importado. Depois do fim de semana volto aqui e conto se deu certo. Ou não.

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