terça-feira, 5 de junho de 2007

Pelos SMS de amor

Xico Sá defende a volta das cartas de amor. Daquelas antigas, seladas, escritas à mão e, se possível, com papel perfumado. Um romantismo só que, de fato, seria ótimo se eu praticamente tivesse desaprendido a escrever assim, com papel e caneta. Salvo a lista de compras que fica grudada na geladeira, meus dedos estão bem treinados com o teclado e exprimem de modo mais rápido o que passa entre as sinapses do meu telencéfalo altamente desenvolvido.


Cartas de amor são lindas, assim como qualquer outra verbalização de tal sentimento. Acredito que ao escrever sobre qualquer assunto, este ganha um corpo, uma áurea, que dificilmente seria encontrada somente falando (excetuando-se, é claro, os sussurros ao pé do ouvido).


Coloco no meio desse balaio de palavras românticas as mensagens de celular românticas. Os famosos SMS que iluminam o meu celular e fazem surgir duas batidas de coração mais aceleradas entre o sinal de chegada e a verificação de quem a mandou. Depois de ver que não foi a operadora, o sorriso é inevitável. E dá-lhe respostas com carinhas, miguxês arcaico e tudo mais. Adoro.


O cúmulo se deu quando, em uma tarde de domingo inócua, tento desesperadamente manter um contato. Ligar para falar nada não é o meu forte, então tome-lhe SMS. O motivo? A vitória do mengão no campeonato carioca. E, detalhe, ele nem gosta de futebol, nem deve saber que é Obina. É o desespero minha gente.


Não, não é. É só um desejosinho que vem, lá do fundo, de dizer um oi e receber um olá do outro lado. E funcionou.

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