quarta-feira, 13 de junho de 2007

vermelho

Então desligo a luz e espero você deitar. Você caminha até a cozinha, pega um copo d´água, você nunca esquece a água. Deixa a janela com uma frestinha, para o vento entrar e cantar no nosso ouvido. Nunca falei o quanto eu finjo não sentir frio à noite por causa do vento. Minha tosse talvez tenha outro motivo, além do cigarro, que você já nem liga. O remédio acabou e não importa mais. Pisa com cuidado para não tropeçar nas roupas jogadas pelo chão e no par esquerdo do seu sepato. Liga a televisão baixinho, só para dar sono, mas eu nunca consigo dormir. Me beija a testa com singeleza e vira para o lado. Eu, insone. Você, pausa. Uma linha que nos une apenas pelas costas, reverso.

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